Os que vieram antes de nós

R$ 70,00

Heltai, Annemarie.
B878I
Os que vieram antes de nós. – Annemarie Heltai.
São José dos Campos (SP): Ofício das Palavras, 2024.
304 p.: 16 x 23 cm
ISBN 978-65-86892-37-6
1. História. 2. História. I. Título.
CDD 920

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Descrição

Ao escrever ‘Os que vieram antes de nós’, notei, com certo espanto, que a história se repete. Ou seja, a história não é tão nova assim.

Ela retoma o tempo de nossos antepassados e volta a nós, por meio da morte e da memória. Meus textos mostram a confusão aflita de nossas vidas: o querer fazer a qualquer preço, a luta pela dignidade, a tentativa por caminhos diversos, o costumeiro ‘deixar de lado’, ‘deixar para depois’ coisas que, aparentemente, só são importantes para nós.

É, sem dúvida, uma indagação sobre o que fazer com os sentimentos escondidos, qual sentido lhes atribuir. Trata das dificuldades do dia a dia de qualquer um, engajado na construção do ser, do existir, e não apenas do sobreviver. Os textos de meu pai, escritos há mais de quarenta anos, se entremeiam aos meus, de maneira nem sempre explícita, mas sempre presente nas entrelinhas.

Meu Pai

Por que meu pai? Porque seu pensamento mostra as diversas fases da vida de um homem, aquilo que podemos chamar de transformação do ser, transformação das formas de ver a vida, embora a leitura seja minha.

Trago aqui a linhagem de nossa família, conhecida pela memória de meu pai, e desconhecida em nossos dias, perdidas no Velho Mundo.

São as histórias de um povo que viveu guerras, morreu em campos de concentração, mas que não tem nisso seu maior feito, muito pelo contrário: salvou gente, amparou, errou, arriscou, cruzou mares, fugiu, sobreviveu e sobretudo… viveu intensamente.

Acredito, com certo conhecimento de causa, que a vontade de meu pai fosse até mesmo atribuir à obra que escrevia certa nostalgia romântica, melodramática, que acreditava ser sua própria vida.

Mas ficou nítida, para mim, a transformação pessoal deste ser tão amado, que não chegou a concluir sua obra, talvez por ter compreendido a sua mudança, consequência da transformação na forma de ler a própria história.

A autora

Vivo anonimamente em uma cidade gigantesca. Nela, os milhões de sentidos se perdem a cada instante e a cada segundo. Não sei se sou uma privilegiada, um daqueles seres que insistente e diariamente tenta consagrar a harmonia em seu templo pessoal.

Mas sei que a cada dia, minha percepção muda, e assim, vou me transformando em um ser mais próximo do que se convencionou chamar de humano. E, nesse processo, me harmonizo.
E como eu, tantas outras pessoas necessitam desse olhar humano, desse processo de autoconhecimento na medida em que se percebe no outro e para o outro.

Este livro deseja, portanto, prestar uma homenagem a todas as tentativas corajosas, heroicas ou não, de entender-se e entender, de crescer e amadurecer, por meio da observação do mundo.

Também reafirma nosso compromisso com nossos ancestrais, diretos ou não, que, indubitavelmente, fazem parte de nossas vidas. É uma tentativa de honrar os sonhos de quem deixa seu país em busca de algo simples chamado felicidade.

Guardar memórias e contar histórias sempre fez parte da vida de Annemarie Heltai. Paulistana, viveu em um bairro afastado no ABC paulista, na infância ven-do o pai dedicar-se aos quadros e a mãe aos trabalhos manuais e à culinária. Anne sempre gostou de escrever, mas somen-te quando participou da Oficina Literária do Museu Lasar Segall propôs-se a dar continuidade a um trabalho que refletisse a seriedade e o amor com que trata a es-crita. Como professora, acredita na trans-formação do ser humano. Como amante das artes, vê na literatura um instrumento poderoso não apenas para a transforma-ção, mas principalmente para a libertação de todo aquele que se permite “escrever a própria história”.

A autora

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